terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Densidade
Sempre soube que o Porto era denso...
Sempre senti que não cabia em mim de tão cheio
mas ultimamente,
nem sequer as horas cabem na curva dos dias
e muito menos
o sono cabe no colo da noite.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
It is hard to think of
A noite tem destas coisas...
Transporta-nos sempre com maior intensidade,
porque mais densa que o dia
ou que qualquer outro sentir.
Transporta-nos sempre com maior intensidade,
porque mais densa que o dia
ou que qualquer outro sentir.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Full space
Há dias em que a excessividade perfura o sistema nervoso.
As Pessoas que entram e saem,
as palavras de corredor que se deixam a meio,
a incessante teimosia do telemóvel que toca de dois em dois minutos.
O respirar que se dá sem tempo do comum inspirar-expirar...
o cansaço dos olhos
que assentam no rosto de um corpo,
onde não cabe mais nada.
As Pessoas que entram e saem,
as palavras de corredor que se deixam a meio,
a incessante teimosia do telemóvel que toca de dois em dois minutos.
O respirar que se dá sem tempo do comum inspirar-expirar...
o cansaço dos olhos
que assentam no rosto de um corpo,
onde não cabe mais nada.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Teatralidade
Há contextos em que a expectativa não se prende com a peça
mas sim,
com o que está por detrás do pano do palco.
mas sim,
com o que está por detrás do pano do palco.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Aparência
...nem sempre conhecemos quem se tem na intimidade
e nem sempre precisamos da intimidade
para se conhecer algo
ou Alguém.
e nem sempre precisamos da intimidade
para se conhecer algo
ou Alguém.
domingo, 28 de novembro de 2010
Tangência Secante
sábado, 27 de novembro de 2010
Linguagem Não Verbal
sábado, 20 de novembro de 2010
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
(In)Confidência
...para ser completamente sóbria com a apresentação factual,
confidencio em exactidão que desconfio de mim mesma quando acordo de manhã.
Desconfio da cor do cabelo
da textura da pele
da largura da cama
do reflexo do meu corpo no espelho da casa de banho:
porque podiam estar todos
a mentir-me ao mesmo tempo.
confidencio em exactidão que desconfio de mim mesma quando acordo de manhã.
Desconfio da cor do cabelo
da textura da pele
da largura da cama
do reflexo do meu corpo no espelho da casa de banho:
porque podiam estar todos
a mentir-me ao mesmo tempo.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Para os dias assim-assim
A felicidade e a tristeza são um momento,
um simples momento que vai e vem...
Tanto uma como outra estão no direito de surgir... mas Não permitam que a tristeza se INSTALE.
Relembrem um pormenor,
um bom momento...
e deixem-se sentir...
sentir o sorriso a surgir no canto dos lábios.
um simples momento que vai e vem...
Tanto uma como outra estão no direito de surgir... mas Não permitam que a tristeza se INSTALE.
Relembrem um pormenor,
um bom momento...
e deixem-se sentir...
sentir o sorriso a surgir no canto dos lábios.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Jogo Esquivo
Olhar para o relógio do pulso esquerdo
deu-me a noção de horas ditadas e deitadas num calendário em que os segundos matam minutos;
deu-me a noção de que uns meses e oito minutos foi jogo,
foi farsa para esquivar uma estratégia pessoal - que não minha.
Ontem,
depois de ter feito qualquer coisa ao corpo (ou àquilo que restava dele),
depois de uma inútil e inequívoca mudança da hora,
depois mesmo de nos ter desapropriado,
o relógio marcava
uns meses e oito minutos.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Engate do Bandido
A noite não é para todos mas está para todos.
Alguém se aproxima falando-me ao ouvido,
claramente com o tal tom de voz que reconheço.
Faz perguntas às quais respondo laconicamente, não por falta de educação mas porque o interesse é óbvio e para mim, é igualmente óbvio o não querer dar pistas erradas
- até porque tudo faz parte do jogo, das regras do jogo,
cujo manual
felizmente
aprendi rápido.
Alguém se aproxima falando-me ao ouvido,
claramente com o tal tom de voz que reconheço.
Faz perguntas às quais respondo laconicamente, não por falta de educação mas porque o interesse é óbvio e para mim, é igualmente óbvio o não querer dar pistas erradas
- até porque tudo faz parte do jogo, das regras do jogo,
cujo manual
felizmente
aprendi rápido.
domingo, 31 de outubro de 2010
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
domingo, 24 de outubro de 2010
A noite - uma chávena meio cheia
O cansaço dói-me nos olhos quando os abro para me ver.
Tomou-me de ponta,
testando-me num limite de exaustão que contrario.
Espalha-se até ao contorno dos dedos,
tal como as reproduções que tenho em qualquer uma das partes do corpo
e que cumprimento ao espelho pela manhã.
O cansaço por vezes cega-me
mas ainda sinto quando as mãos fazem falta ao meu corpo,
quando tudo à minha volta se transforma num enorme circuito
de chávenas vazias
em noites por encher.
Tomou-me de ponta,
testando-me num limite de exaustão que contrario.
Espalha-se até ao contorno dos dedos,
tal como as reproduções que tenho em qualquer uma das partes do corpo
e que cumprimento ao espelho pela manhã.
O cansaço por vezes cega-me
mas ainda sinto quando as mãos fazem falta ao meu corpo,
quando tudo à minha volta se transforma num enorme circuito
de chávenas vazias
em noites por encher.
sábado, 23 de outubro de 2010
Keep on walking
A Vida é em frente.
Transitar, perguntar,
não parar de questionar...
porque não vale a pena escrever o futuro
a pensar no passado.
Transitar, perguntar,
não parar de questionar...
porque não vale a pena escrever o futuro
a pensar no passado.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Subversão
Os lábios tão comprometidos com a noite,
sulcam lembranças e despertares
e seguem o rumo das palavras
como quem troca abraços
para subverter emoções.
sulcam lembranças e despertares
e seguem o rumo das palavras
como quem troca abraços
para subverter emoções.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Still awake
Noite inquieta
A tua mão distraída passeia pelo corpo...
um corpo cheio de um estranho cansaço
juvenil e impaciente,
que segreda para quem o ouve:
"estou exausta e quero mais".
um corpo cheio de um estranho cansaço
juvenil e impaciente,
que segreda para quem o ouve:
"estou exausta e quero mais".
domingo, 17 de outubro de 2010
Linguagem não verbal
Por vezes, o que fazemos é NADA,
excepto o deixar correr a mentira dos Outros.
Se ainda puderes recordar, deixa pousar o medo,
repete a simplicidade de cada dia
repete as palavras não ditas,
essa ternura no sorrir...
porque como te deves lembrar,
nenhum Abraço pode ser condenado.
excepto o deixar correr a mentira dos Outros.
Se ainda puderes recordar, deixa pousar o medo,
repete a simplicidade de cada dia
repete as palavras não ditas,
essa ternura no sorrir...
porque como te deves lembrar,
nenhum Abraço pode ser condenado.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
domingo, 10 de outubro de 2010
Cidade Molhada
Choveu e chove de novo.
Desprende-se do céu e rebenta no chão,
escorre nos telhados, nas vidraças das janelas, nas persianas que se fecham para a noite entrar.
Junta-se em fios alinhados para desaguar num qualquer recanto sem cheiro a maresia.
As nuvens agitam-se e adensam-se num corrupio fictício,
também elas com o sopro do vento como destinatário.
Choveu e chove de novo.
Hoje,
a cidade com cheiro a terra molhada.
Amanhã,
amanhã será outro dia.
Espero não chover amanhã.
Desprende-se do céu e rebenta no chão,
escorre nos telhados, nas vidraças das janelas, nas persianas que se fecham para a noite entrar.
Junta-se em fios alinhados para desaguar num qualquer recanto sem cheiro a maresia.
As nuvens agitam-se e adensam-se num corrupio fictício,
também elas com o sopro do vento como destinatário.
Choveu e chove de novo.
Hoje,
a cidade com cheiro a terra molhada.
Amanhã,
amanhã será outro dia.
Espero não chover amanhã.
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Sombras solúveis
Às vezes gostava de saltar para a rua nestes dias de chuva e trovoada.
Ser relâmpago por um momento:
ecoar, trovejar, deixar um grito como memória.
Subir aos telhados mais altos da cidade e apanhar raios de luz.
Prendê-los a uma imagem,
usurpando a natureza dinâmica de antecipar o brilho da manhã por um segundo.
Emendar os rasgões dos lençóis de água, congelar memórias e flutuar pelos momentos.
E no fim do dia cair na cama,
como uma gota de chuva quando cai numa folha
numa manhã de trovoada.
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Maquete dos Afectos
Cada noite é um chão
onde pousa o esboço de um desenho na própria página que o desfaz,
só para poder recomeçar.
onde pousa o esboço de um desenho na própria página que o desfaz,
só para poder recomeçar.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Defesa contextual
A dureza das palavras nem sempre é frieza caracterial,
nem sempre é física ou relacional,
mecânica ou emocional...
é por vezes pura defesa contextual
onde a vivência dita "normal"
cria metástases absurdas,
a que muitos chamam de paranormal.
nem sempre é física ou relacional,
mecânica ou emocional...
é por vezes pura defesa contextual
onde a vivência dita "normal"
cria metástases absurdas,
a que muitos chamam de paranormal.
domingo, 3 de outubro de 2010
"A minha casa é onde estás"
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Contra-transferência
Por vezes,
os receios dos Outros invadem um espaço que é o nosso,
que julgávamos fechado
ou até mesmo não ter.
os receios dos Outros invadem um espaço que é o nosso,
que julgávamos fechado
ou até mesmo não ter.
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Ditado
Nos ultimos dias
soa-me ao ouvido um ditado Holandês que diz tão somente:
"Age normalmente e já estás a agir de um modo suficientemente estranho".
soa-me ao ouvido um ditado Holandês que diz tão somente:
"Age normalmente e já estás a agir de um modo suficientemente estranho".
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Paint Me
sábado, 18 de setembro de 2010
The white body
A natureza do Homem é verdadeiramente ser Livre e desejar sê-lo,
contudo, o seu carácter é tal
que ele segue instintivamente as tendências que a sua educação lhe dita
e os que não o fazem,
ganham o apelido de seres opacos, inconformistas, bizarros...
Daí o critério,
"da normalidade à loucura, vai apenas um passo".
contudo, o seu carácter é tal
que ele segue instintivamente as tendências que a sua educação lhe dita
e os que não o fazem,
ganham o apelido de seres opacos, inconformistas, bizarros...
Daí o critério,
"da normalidade à loucura, vai apenas um passo".
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Atilhos
Dissolvo-me em arrepios.
Abro os olhos e deixo-os sair.
Hoje não dá para dizer que não.
Por isso desenlaço-me de mim mesma
para me atar da mesma forma
antes que alguém o faça por mim.
Abro os olhos e deixo-os sair.
Hoje não dá para dizer que não.
Por isso desenlaço-me de mim mesma
para me atar da mesma forma
antes que alguém o faça por mim.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
HEDDA
Porque há coisas, nos dias, que valem a pena.
Nesta Hedda Gabler,
é como se tudo viesse à cabeça da protagonista.
Uma Mulher, numa sala onde entram e saem as Pessoas da sua vida,
a rejeitar esta realidade de Ser
aquilo que os Outros vêem
e que ela não deseja ver. Ou Ser.
(uma vez mais, Maria João Luís numa actuação sublime,
com Marco Delgado a surpreender.)
domingo, 5 de setembro de 2010
Fruto da imaginação
Ninguém passa na rua, nesta rua.
Não há Vivalma. Olho em redor.
Por detrás das grades e do vidro fosco dos prédios, imagino porteiros atentos, fartos da inércia, olhos fixos nos actos ilícitos de quem passa.
Por detrás das persianas cinza dos apartamentos, imagino personagens díspares - moradores curiosos da vida de quem passa e não lhes entra pelas casas.
Mas depois paro.
E nada.
Não há nada para além de portarias vazias, vigiadas por ninguém.
Sou só eu.
No canto desta cidade.
Não há Vivalma. Olho em redor.
Por detrás das grades e do vidro fosco dos prédios, imagino porteiros atentos, fartos da inércia, olhos fixos nos actos ilícitos de quem passa.
Por detrás das persianas cinza dos apartamentos, imagino personagens díspares - moradores curiosos da vida de quem passa e não lhes entra pelas casas.
Mas depois paro.
E nada.
Não há nada para além de portarias vazias, vigiadas por ninguém.
Sou só eu.
No canto desta cidade.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
MultipliCidade
Livres,
as pedras avançam para o silêncio.
Já o sono,
é múltiplo em si mesmo, persistente e fixo,
uma cadência que avança sempre além de cada momento,
em retorno constante.
as pedras avançam para o silêncio.
Já o sono,
é múltiplo em si mesmo, persistente e fixo,
uma cadência que avança sempre além de cada momento,
em retorno constante.
domingo, 29 de agosto de 2010
À altura do corpo
Ao acordar
Na varanda da sala
sentada no chão.
A aragem leva-a quem passa.
O pensar (es)fuma-se
no ar que não corre
e que se cola à pele, como ninguém.
sentada no chão.
A aragem leva-a quem passa.
O pensar (es)fuma-se
no ar que não corre
e que se cola à pele, como ninguém.
sábado, 28 de agosto de 2010
Tickets low cost
Felizmente os dias também têm disto,
bilhetes que nos conduzem
a um destino
fora de nós próprios.
bilhetes que nos conduzem
a um destino
fora de nós próprios.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
domingo, 22 de agosto de 2010
Coleccionismo
O que escrevo é um espelho de silêncios
pulsares rasantes
intensidades injustas do que chamam "saudade"
inundações de ausências
cadernetas de emoções.
pulsares rasantes
intensidades injustas do que chamam "saudade"
inundações de ausências
cadernetas de emoções.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Mundo de barulho
O canto perdido. Em nós.
A leveza dos dias para uns, substituída por provas árduas e obstáculos para outros;
a subtileza substituída por traições, manobras enganadoras, artifícios do desejo, sorrisos pintados - não sentidos...
O canto perdido de quem me procura.
Aqui.
Caminhos reconstruídos com estradas onde já não passa ninguém,
com pequenos silêncios roubados a um mundo de barulho.
O canto perdido, onde quer que ele esteja,
dentro ou fora de nós.
Ali.
Onde sou mera ouvinte.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Avenidas sem nome
Desenhar de novo o mapa das emoções,
as linhas sensuais dos caminhos nus,
as cores quentes das grandes avenidas
que se atiram,
compungidas e orgásticas
para a grande praça dos afectos.
as linhas sensuais dos caminhos nus,
as cores quentes das grandes avenidas
que se atiram,
compungidas e orgásticas
para a grande praça dos afectos.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
domingo, 15 de agosto de 2010
Observadora de passagem
Aceno. O táxi pára.
Entro. Indico o local.
O taxista olha-me pelo espelho retrovisor e a partir daí,
fixa os olhos em frente, mal pisca.
O silêncio tomou conta do carro mas não por muito tempo.
Abro uma fresta da janela e sinto o ar tórrido que entra no cabelo, que entra na súbita lembrança de quando ando de carro para dar uma volta - o simples prazer de dar voltas sem rumo.
Sabia-me bem... as conversas que ouvia sem intenção, os olhos ávidos observando o mundo de passagem, a delícia de o poder fazer como mera espectadora.
Paramos no sinal e surgem 3 miúdos de rua.
Dou por mim na necessidade de fechar o vidro para não "ver", não ouvir.
Passam de raspão sem nenhum interesse em específico, mas ainda assim,
é inevitável o sentimento de culpa que me invade.
Talvez pela sensação de precisarem de um "qualquer bem"...
muito maior do que aquele que algum dia precisarei (?!)
Entro. Indico o local.
O taxista olha-me pelo espelho retrovisor e a partir daí,
fixa os olhos em frente, mal pisca.
O silêncio tomou conta do carro mas não por muito tempo.
Abro uma fresta da janela e sinto o ar tórrido que entra no cabelo, que entra na súbita lembrança de quando ando de carro para dar uma volta - o simples prazer de dar voltas sem rumo.
Sabia-me bem... as conversas que ouvia sem intenção, os olhos ávidos observando o mundo de passagem, a delícia de o poder fazer como mera espectadora.
Paramos no sinal e surgem 3 miúdos de rua.
Dou por mim na necessidade de fechar o vidro para não "ver", não ouvir.
Passam de raspão sem nenhum interesse em específico, mas ainda assim,
é inevitável o sentimento de culpa que me invade.
Talvez pela sensação de precisarem de um "qualquer bem"...
muito maior do que aquele que algum dia precisarei (?!)
sábado, 14 de agosto de 2010
Jovens escritores
A partir de quando é que temos a noção de que somos felizes (?)
e até quando é que somos considerados
jovens promissores (?)
e até quando é que somos considerados
jovens promissores (?)
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Era do Consumismo
Os dias atropelados pronunciam uma nova era:
Vive-se a fase em que uns procuram consumar-se,
enquanto outros se consomem.
Vive-se a fase em que uns procuram consumar-se,
enquanto outros se consomem.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Voz passiva
Foi durante a noite que ouvi ou sonhei,
por baixo da minha cama do T2 alugado
um murmurar incessante.
Os chinelos falavam entre dentes e língua,
que se sentiam usados por mim.
por baixo da minha cama do T2 alugado
um murmurar incessante.
Os chinelos falavam entre dentes e língua,
que se sentiam usados por mim.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Pormenor atípico
Sei de coisas que me nascem na ponta dos dedos, dos olhos...
em jeito de gente a falar-me nas pestanas
e penso que,
se pudesse desenhar-me desassossegada,
seria uma Mulher inquieta a distribuir panfletos ou fotografias a preto e branco a transeuntes,
ou seria talvez,
apenas Alguém sentado num qualquer pormenor,
a beber gotas de chuva
que caem a saber a manhã.
sábado, 7 de agosto de 2010
10 minutos de silêncio...
Desligo-me de tudo por instantes
e lentamente de todos.
Apago as luzes uma a uma e procuro apenas a do interior dos olhos.
Com os dedos,
percorro as linhas do silêncio que me é cómodo
e com eles instalo o distanciamento necessário.
Percorro ainda as linhas das cicatrizes, algumas não fechadas,
umas grandes avenidas de ontem,
outras,
atalhos de amanhã.
e lentamente de todos.
Apago as luzes uma a uma e procuro apenas a do interior dos olhos.
Com os dedos,
percorro as linhas do silêncio que me é cómodo
e com eles instalo o distanciamento necessário.
Percorro ainda as linhas das cicatrizes, algumas não fechadas,
umas grandes avenidas de ontem,
outras,
atalhos de amanhã.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
quinta-feira, 29 de julho de 2010
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Pedras de uma outra calçada
As pedras no caminho existirão sempre
e ainda bem que assim o é,
de outra forma
não aprenderíamos a desviar-mo-nos delas.
e ainda bem que assim o é,
de outra forma
não aprenderíamos a desviar-mo-nos delas.
terça-feira, 20 de julho de 2010
domingo, 18 de julho de 2010
Raridades
Sem adjectivos nem outras tantas palavras,
digo apenas que olhos que vêem mais do que olham
são raros.
Será provavelmente o que mais me fascina
mas igualmente o que mais me despe.
Será por isso um elogio a quem assim o faz,
porque as críticas digo-as
não as escrevo.
digo apenas que olhos que vêem mais do que olham
são raros.
Será provavelmente o que mais me fascina
mas igualmente o que mais me despe.
Será por isso um elogio a quem assim o faz,
porque as críticas digo-as
não as escrevo.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Simplesmente, simples
A água vai enchendo a pele de sensações,
escorre pelo corpo, cai no chão, leva com ela o quotidiano deixando o cansaço...
leva o tempo dos jardins interligados que percorro à procura de... árvores,
a quem abraço e conto segredos.
Em tudo procuro o pormenor,
o mais marginal possível,
aquele que o convencionalismo bane,
o insólito, o simplesmente simples.
Em tudo procuro o toque
e não me interessa se saio derrotada
desde que por um segundo o tenha conquistado,
não a ti
mas a ele,
o gesto tocado ao pormenor.
escorre pelo corpo, cai no chão, leva com ela o quotidiano deixando o cansaço...
leva o tempo dos jardins interligados que percorro à procura de... árvores,
a quem abraço e conto segredos.
Em tudo procuro o pormenor,
o mais marginal possível,
aquele que o convencionalismo bane,
o insólito, o simplesmente simples.
Em tudo procuro o toque
e não me interessa se saio derrotada
desde que por um segundo o tenha conquistado,
não a ti
mas a ele,
o gesto tocado ao pormenor.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
terça-feira, 6 de julho de 2010
Just words
Os dias estão por aí.
Têm trazido imensa coisa e levado outras.
Nem sempre mostramos ao instante a forma como nos vestimos, muito menos a forma como nos despimos.
É-me difícil não ser pormenor, olhar, toque.
É-me difícil ser óbvia.
É-me difícil ser estanque.
É-me difícil confiar. Em quem quer que seja.
É-me difícil dizer determinadas palavras,
talvez porque me esqueci da forma como se dizem.
É-me difícil ser uma outra,
quando só sei ser eu mesma.
Têm trazido imensa coisa e levado outras.
Nem sempre mostramos ao instante a forma como nos vestimos, muito menos a forma como nos despimos.
É-me difícil não ser pormenor, olhar, toque.
É-me difícil ser óbvia.
É-me difícil ser estanque.
É-me difícil confiar. Em quem quer que seja.
É-me difícil dizer determinadas palavras,
talvez porque me esqueci da forma como se dizem.
É-me difícil ser uma outra,
quando só sei ser eu mesma.
segunda-feira, 5 de julho de 2010
domingo, 4 de julho de 2010
Hoje Eu
Tomei conta deste dia para mergulhar em mim,
dar descanso à voz, que lá fora, puxa a conversa.
Fiquei em casa,
aninhada no magestoso albúm que já não ouvia faz tempo.
Tomei conta deste dia
e soube bem,
o cuidar de algo
e não de alguém.
dar descanso à voz, que lá fora, puxa a conversa.
Fiquei em casa,
aninhada no magestoso albúm que já não ouvia faz tempo.
Tomei conta deste dia
e soube bem,
o cuidar de algo
e não de alguém.
terça-feira, 29 de junho de 2010
Hoje
"A Vida está-me a saber pela vida!
Não sei qual é o príncio,
a memória depois disto é só uma réstia.
Não existe abraço depois deste."
Não sei qual é o príncio,
a memória depois disto é só uma réstia.
Não existe abraço depois deste."
sexta-feira, 25 de junho de 2010
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Dias
A rotina devora os dias das Pessoas,
o cinema confunde a realidade,
a informação esmaga-nos com anúncios publicitários.
Os anúncios deixaram de ser consistentes,
os gostares incoerentes
e a ansiedade aperta-nos o pescoço até deixar de se Ver, Ouvir, Falar, Sentir e sobretudo Pensar.
E no final de um dia e de tudo isto,
ainda nos servem telenovelas.
o cinema confunde a realidade,
a informação esmaga-nos com anúncios publicitários.
Os anúncios deixaram de ser consistentes,
os gostares incoerentes
e a ansiedade aperta-nos o pescoço até deixar de se Ver, Ouvir, Falar, Sentir e sobretudo Pensar.
E no final de um dia e de tudo isto,
ainda nos servem telenovelas.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
domingo, 6 de junho de 2010
Image without shape
Durmo, sem almofada.
e agora também sem a imagem - embora não seja de todo verdade dizer que durmo.
Se por acaso fecho os olhos e me enrolo,
escondo-me de mim mesma por algum tempo,
sem que nunca consiga esconder-me dela - da imagem,
aquela que desapareceu dos meus dias.
e agora também sem a imagem - embora não seja de todo verdade dizer que durmo.
Se por acaso fecho os olhos e me enrolo,
escondo-me de mim mesma por algum tempo,
sem que nunca consiga esconder-me dela - da imagem,
aquela que desapareceu dos meus dias.
sábado, 5 de junho de 2010
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Sentido obrigatório
A gota de calor a descer íngreme pela tua pele,
como que por uma avenida sem nome,
de sentido único
e como tal obrigatório.
como que por uma avenida sem nome,
de sentido único
e como tal obrigatório.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Not always
Nem sempre somos
a pele com que nos vestimos.
Nem sempre evitamos o olhar
com receio de olhar.
Nem sempre dizemos o que somos,
para que não percebam
de onde vimos.
a pele com que nos vestimos.
Nem sempre evitamos o olhar
com receio de olhar.
Nem sempre dizemos o que somos,
para que não percebam
de onde vimos.
domingo, 30 de maio de 2010
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Intuição
A minha intranquilidade talvez seja a intuição
porque a ignorância
traduz-se numa certa ansiedade que me apazigua de dia,
enquanto a intuição me mantém desperta
noite após noite.
porque a ignorância
traduz-se numa certa ansiedade que me apazigua de dia,
enquanto a intuição me mantém desperta
noite após noite.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Do lado da Foz
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Unknown
Hoje em dia é-me mais fácil descrever o que não sei,
o que não conheço,
porque a maior parte do que conhecia,
tornou-se(-me) desconhecido.
o que não conheço,
porque a maior parte do que conhecia,
tornou-se(-me) desconhecido.
domingo, 9 de maio de 2010
Coleccionar(te)
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Eterna insatisfação
...porque por detrás de uma pergunta
surgem sempre outras perguntas,
porque nunca nos chega uma resposta,
muito menos as que não nos esclarecem.
surgem sempre outras perguntas,
porque nunca nos chega uma resposta,
muito menos as que não nos esclarecem.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
segunda-feira, 26 de abril de 2010
domingo, 25 de abril de 2010
Timeless
Sem tempo.
Sem pausas para pintar palavras e escrever telas,
sem pausas para adormecer acordada
...
e até o sonho
é tão somente a imagem passageira
de quem entra nele.
Sem pausas para pintar palavras e escrever telas,
sem pausas para adormecer acordada
...
e até o sonho
é tão somente a imagem passageira
de quem entra nele.
sábado, 24 de abril de 2010
quarta-feira, 21 de abril de 2010
segunda-feira, 19 de abril de 2010
domingo, 18 de abril de 2010
domingo, 11 de abril de 2010
Insónia 4
Na ausência de sono
o melhor é abandonar as palavras,
as imagens sedutoras,
cumprir a rotina das coisas pequenas
que nos chegam trazidas
sabe-se lá de onde.
o melhor é abandonar as palavras,
as imagens sedutoras,
cumprir a rotina das coisas pequenas
que nos chegam trazidas
sabe-se lá de onde.
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Another Month
ABRIL é um bom mês para começar outra vez.
Somos todos donos da nossa liberdade.
Somos responsáveis até quando escolhemos não escolher.
O preço dos dias - aquilo a que chamam destino - apontamo-lo nós
e em frente é o caminho para onde estivermos virados.
E para onde vamos, vamos andando.
E andando, andamos cansados. Mas poder andar é um descanso
porque não se pretende que andem por nós.
Interessa que as ideias se estiquem para além, sempre além de uma qualquer coisa: das bocas, mais longas que os braços e que os corpos não desistam antes da mente.
Somos todos donos da nossa própria liberdade
e esta não será uma boa altura para desistir.
Até porque Abril, é e será sempre,
um bom mês para começar outra vez.
Somos todos donos da nossa liberdade.
Somos responsáveis até quando escolhemos não escolher.
O preço dos dias - aquilo a que chamam destino - apontamo-lo nós
e em frente é o caminho para onde estivermos virados.
E para onde vamos, vamos andando.
E andando, andamos cansados. Mas poder andar é um descanso
porque não se pretende que andem por nós.
Interessa que as ideias se estiquem para além, sempre além de uma qualquer coisa: das bocas, mais longas que os braços e que os corpos não desistam antes da mente.
Somos todos donos da nossa própria liberdade
e esta não será uma boa altura para desistir.
Até porque Abril, é e será sempre,
um bom mês para começar outra vez.
sábado, 3 de abril de 2010
sexta-feira, 2 de abril de 2010
(Trans)pointing
As palavras incluem sempre as mesmas possibilidades de serem mal interpretadas,
e fazer de um instrumento,
uma arma de arremesso.
e fazer de um instrumento,
uma arma de arremesso.
domingo, 28 de março de 2010
A pressa com tempo
Porque temos sempre tanta pressa em tudo?
Cada vez mais todos se tropeçam.
Impacientamo-nos nas filas, explicamos as coisas a correr, nem sequer paramos para indicar as horas quando nos interpelam na rua:
olhamos para o relógio sem parar e damos a informação passados já alguns metros.
Seria bom experimentar a pressa com tempo,
com um simples não ter para onde ir.
Cada vez mais todos se tropeçam.
Impacientamo-nos nas filas, explicamos as coisas a correr, nem sequer paramos para indicar as horas quando nos interpelam na rua:
olhamos para o relógio sem parar e damos a informação passados já alguns metros.
Seria bom experimentar a pressa com tempo,
com um simples não ter para onde ir.
terça-feira, 23 de março de 2010
domingo, 21 de março de 2010
NaturArte
Dia da Primavera,
Dia da árvore,
Dia da Poesia
três corpos intactos num só.
A 1ª danço-a desde criança
a 2ª plantei-a em miúda
a 3ª acompanha-me desde sempre,
seduzindo-me como o amante mais fiel.
Dia da árvore,
Dia da Poesia
três corpos intactos num só.
A 1ª danço-a desde criança
a 2ª plantei-a em miúda
a 3ª acompanha-me desde sempre,
seduzindo-me como o amante mais fiel.
terça-feira, 16 de março de 2010
Awaked
Gosto de me deitar sem sono para ficar a lembrar-me
do que por vezes me esqueço...
deitada dentro da cama
às escuras
de olhos fechados
abraçada a mim.
do que por vezes me esqueço...
deitada dentro da cama
às escuras
de olhos fechados
abraçada a mim.
segunda-feira, 15 de março de 2010
sexta-feira, 12 de março de 2010
Psicanálise
Vêem-se ainda janelas, alguém que se despede do passado, talvez acene.
Porém, há um novo processo de aprendizagem, embora tímido.
É isso a escrita misteriosa, que ainda receosa, começa a quebrar o espelho do silêncio.
Parece feita de signos que afastam o negro da tela, ruptura cuidadosa com a antiga memória.
Por fim, a cor inicia o caminho para se transformar em som. São já palavras e não o são ainda.
Mas agora há sol, há um sorriso com que o artista embala a dor e aprende a falar dela.
São primeiros passos. Frágeis nuvens.
Suaves murmúrios.
Ouvem?
domingo, 7 de março de 2010
Simplicidades
Ontem Alguém partilhou comigo:
"mais vale ser feliz do que ter razão"
[...]
É de facto extraordinária a capacidade, ou necessidade, de uma Pessoa se adaptar...
Façam então, o favor de serem Felizes!
"mais vale ser feliz do que ter razão"
[...]
É de facto extraordinária a capacidade, ou necessidade, de uma Pessoa se adaptar...
Façam então, o favor de serem Felizes!
sexta-feira, 5 de março de 2010
domingo, 28 de fevereiro de 2010
(In)sanidade
Prendeu-se ingénuo entre o real e a fantasia, entre o corpo e a sanidade.
Aceitar mudar o pensar - só para outros, não para ele.
Querer sentir o TUDO, onde o tudo é o nada desse momento.
Procurar dúvidas indispensáveis nas certezas, seguidas de dias, horas a fio - também elas insones.
Tentar abstrair. Tentar distrair.
O prazer de pensar em nada. Mas o toque volta sempre intacto na memória.
Esperou demais de um silêncio porque devia, devia tê-lo olhado como tendo outros sinónimos,
mas teve medo.
E nos inevitáveis encontros trocavam-se palavras adequadas e suficientes,
porque havendo mais do que o necessário, poderia significar mais do que o real.
Mas e o que é isso do real?
E o que significa afinal "sanidade"?
quando todos nós tão bem vivemos na mais digna "insanidade mental".
Aceitar mudar o pensar - só para outros, não para ele.
Querer sentir o TUDO, onde o tudo é o nada desse momento.
Procurar dúvidas indispensáveis nas certezas, seguidas de dias, horas a fio - também elas insones.
Tentar abstrair. Tentar distrair.
O prazer de pensar em nada. Mas o toque volta sempre intacto na memória.
Esperou demais de um silêncio porque devia, devia tê-lo olhado como tendo outros sinónimos,
mas teve medo.
E nos inevitáveis encontros trocavam-se palavras adequadas e suficientes,
porque havendo mais do que o necessário, poderia significar mais do que o real.
Mas e o que é isso do real?
E o que significa afinal "sanidade"?
quando todos nós tão bem vivemos na mais digna "insanidade mental".
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Sleepless Heart
A maioria das Pessoas a viver uma mentira,
porque mais fácil, porque menos dilacerante, menos expectante
para tão somente
não perceberem o que sentem.
porque mais fácil, porque menos dilacerante, menos expectante
para tão somente
não perceberem o que sentem.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Palavras insones
...as partilhas tardias são as mais reais
porque sem o "barulho" de Outros,
a inebriar os sentidos.
porque sem o "barulho" de Outros,
a inebriar os sentidos.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Keeping the secret
É o lábio cortado que molha o peito.
um ciclo disperso no vício da suavidade
que arromba a pele segura pela sede,
suposto contorno de suor ágil.
É o lábio cortado que seca o rumor da boca
mas é o olhar
que transforma as mãos em segredos.
um ciclo disperso no vício da suavidade
que arromba a pele segura pela sede,
suposto contorno de suor ágil.
É o lábio cortado que seca o rumor da boca
mas é o olhar
que transforma as mãos em segredos.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Worthless
Quando o preço de algo ou de alguém
passa a ser a dignidade,
é porque deixou de valer a pena.
passa a ser a dignidade,
é porque deixou de valer a pena.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
With or without, words
Há dias em que não há palavras.
Há dias em que fazemos tudo bem,
incrivelmente bem
e ainda assim sentimos que falhámos.
Há dias em que questiono
no segredo de mim mesma,
por quanto tempo haverá capacidade de "resgatar" e soldar as partes de nós,
que se vão perdendo todos os dias...
Há dias - tal como disse -
em que não restam palavras
e em que o silêncio só (re)conforta
quando esse mesmo dia acaba.
Há dias em que fazemos tudo bem,
incrivelmente bem
e ainda assim sentimos que falhámos.
Há dias em que questiono
no segredo de mim mesma,
por quanto tempo haverá capacidade de "resgatar" e soldar as partes de nós,
que se vão perdendo todos os dias...
Há dias - tal como disse -
em que não restam palavras
e em que o silêncio só (re)conforta
quando esse mesmo dia acaba.
domingo, 31 de janeiro de 2010
People talking, about the weather
O frio torna os pensamentos mais ágeis e leves
mas tolhe as mãos.
...
e tudo o que escrevemos
e o que não escrevemos
é perfeitamente vago,
como um sonho que se teve e ao acordar já lá não está.
mas tolhe as mãos.
...
e tudo o que escrevemos
e o que não escrevemos
é perfeitamente vago,
como um sonho que se teve e ao acordar já lá não está.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
domingo, 24 de janeiro de 2010
...muito mais do que.
Mais do que as mãos,
do que o olhar que te fixa,
do que o relógio que te apressa os dias,
do que o telefone que não toca,
do que a carta que não se escreve,
do que as palavras que não chegam...
mais do que as mãos,
incomodam-te os lábios.
do que o olhar que te fixa,
do que o relógio que te apressa os dias,
do que o telefone que não toca,
do que a carta que não se escreve,
do que as palavras que não chegam...
mais do que as mãos,
incomodam-te os lábios.
sábado, 23 de janeiro de 2010
Com o dia pela metade
Nesta cidade há sempre recordações avulso,
há sempre conversas de outras horas.
Nesta cidade, as palavras são sempre as primeiras a chegar
e o que fica delas, amacia o papel onde se escrevem.
Nesta cidade olha-se
como se se soubesse o que fazer mais logo.
Nesta cidade, o sono de ontem são já os sonhos de hoje.
Nesta cidade, estou cada vez mais perto
e ainda assim, perco-me como todos os amantes...
...e caminho à frente de mim mesma,
nesta cidade onde nunca é meio dia.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Pontuação
Senta-se, fica a olhar.
Levanta-se, sai, apressa o passo.
Entra na loja, a porta dá sinal.
Vê rótulos, códigos de barras,
volta a sair sem nada
mas leva a preguiça com ela
(ritualizada).
É costume tomar café cedo,
é costume preencher o vazio com a leitura de um livro,
é costume encontrá-la nos parágrafos dos dias,
onde escrevo três linhas
ponto
travessão.
Levanta-se, sai, apressa o passo.
Entra na loja, a porta dá sinal.
Vê rótulos, códigos de barras,
volta a sair sem nada
mas leva a preguiça com ela
(ritualizada).
É costume tomar café cedo,
é costume preencher o vazio com a leitura de um livro,
é costume encontrá-la nos parágrafos dos dias,
onde escrevo três linhas
ponto
travessão.
domingo, 17 de janeiro de 2010
Balas do Mundo
Desfaço vozes reflexas, ritmos,
pontos de fuga, linhas mestras.
Desfaço noites,
balas do mundo que nos atingem
e há quem pergunte nas ruas: "Estamos vivos ainda?"
Mas aqui, na tarde que se faz noite,
aqui tudo dorme
e o silêncio é a ausência que não tem nome,
é ainda o ponto zero onde tudo começa
e onde tudo acaba
imperceptível no verso.
pontos de fuga, linhas mestras.
Desfaço noites,
balas do mundo que nos atingem
e há quem pergunte nas ruas: "Estamos vivos ainda?"
Mas aqui, na tarde que se faz noite,
aqui tudo dorme
e o silêncio é a ausência que não tem nome,
é ainda o ponto zero onde tudo começa
e onde tudo acaba
imperceptível no verso.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
After hours
Não dar a face, suster o respirar.
Muito além da manhã cai o rumor
e brindo à noite
em que tudo ficou para mais tarde.
Muito além da manhã cai o rumor
e brindo à noite
em que tudo ficou para mais tarde.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Impasse
Olhar não olhar,
tocar não tocar,
dizer ou calar,
avançar recuar,
hesitar arriscar,
ir ou ficar,
...
ser alguma coisa
ser tudo o resto
ou não ser nada
...
e assim vive-se neste meio termo
que não é coisa nenhuma.
tocar não tocar,
dizer ou calar,
avançar recuar,
hesitar arriscar,
ir ou ficar,
...
ser alguma coisa
ser tudo o resto
ou não ser nada
...
e assim vive-se neste meio termo
que não é coisa nenhuma.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Tele-transporte
...porque existem táxis que ainda transportam Pessoas dentro da cidade, até ao ponto onde o desejo as conduz;
porque já não me lembro do tempo em que os meus ouvidos conversavam com o silêncio dos outros... em que adormeciam de súbito com o som vindo da sala daquele T2 por zonas da Baixa...
Parece que se instalou o Inverno,
parece que o frio se sentou à minha espera do outro lado da porta.
Não sei quantos dias passaram até ontem,
não sei do tempo em que a boca falava pelos olhos,
em que os livros faziam demasiado barulho na prateleira,
e em que o desejo me conduzia
a uma qualquer rua.
domingo, 10 de janeiro de 2010
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Pensando enquanto ando
domingo, 3 de janeiro de 2010
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