segunda-feira, 4 de novembro de 2013


terça-feira, 22 de outubro de 2013

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Mesas ao contrário

"O cemitério é o lugar de uma incómoda vida..."... que acontece aos olhos de quem se habitua ao movimento quase nenhum.
Não há um silêncio apaziguador nas lages.
Que ideia ilusória a de que a morte fosse ou seja o lado da aragem.
A morte, é o lado mais aprumado das campas como mesas viradas ao contrário.
Mesas servidas, a convidados nenhuns.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Desconexão

O corpo, desligando-se dos sentidos, é como se se distanciasse;
ganhando espaço para transpirar
o quanto tenha,
para deixar ir embora.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

HistoriAR(te)

Quando ouvimos uma história e a seguir tentamos passá-la para o papel, o mais importante talvez seja conseguir reproduzir o tom.
Uma vez captado, podem ter a certeza que se tem nas mãos uma verdadeira história.
Pouco importa que hajam alguns episódios que não batam certo;
o que mais há por aí, são histórias que batem certo
em quase tudo
e que não são verdade.

sábado, 31 de agosto de 2013

Pontapé na gramática

Passa-se uma vida inteira a tentar atinar nos sinais de pontuação e parece que,
por filha da putice,
é precisamente à chegada ou antecipação do ponto final,
que cometemos a maior burrada.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

"Complexo de hereditariedade"

As parecenças que se confundem com semelhanças,
as semelhanças que são apenas coincidências de um cruzamento que se quis feliz,
e se não o foi, a partir daí qualquer parecença é já uma coincidência alheia,
porque para defeitos,
já bastam os da nascença.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Meta(física)

A ilusão com o envelhecimento, é a de se julgar que ainda estaremos aptos a aprender demasiado quando, na verdade, estamos a desaprender e faz todo o sentido que assim seja, para que entremos inconscientemente na iminência do desaparecimento.
A inconsistência apaga as dores, as alegrias e no resultado da factura, é bem visto que a cabeça dos velhos se destitua da razão para que, com o aproximar da morte não se entre em pânico.
A repreensão contínua passa por essa esperança imbecil de que amanhã estamos mais espertos quando, pela lei natural da vida, só devemos perder capacidades.
A esperança que se deposita nas crianças tem de ser inversa à que se nos dirige e quando eu (própria) bloqueio, não será por estar ou ser imatura e esperar vir a ser melhor mas sim, por estar consciente demais da minha deterioração.
Sabemos que erramos e sabemos que, na distracção cada vez maior, na perda de reflexos, força física e agilidade mental, fazemos coisas sem saber ou perceber e não as fazemos por ignorância ou estupidez.
Fazemos por descoordenação entre o que está certo e o que nos parece certo e até sabemos que isso de certo ou errado é considerado na gíria comum de "relativo".

Às crianças sobram os medos, já à velhice,
resta a saudade de se ser criança. 

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Famílias aeroporto

Olhando a realidade dos dias, vê-se cada vez mais o núcleo familiar das crianças dos 15 em 15 dias.
A existência dos "meus, teus e dos nossos".
É quase impossível não utilizar uma imagem simbólica para descrever um espaço que alberga Pessoas que se tocam nos pontos em que quase todos partilham o passado recente de uma chegada e a eminente urgência de uma nova partida.
Nesses terminais de contínuas chegadas e partidas, e na agitação contínua de quem entra e sai, parece que, mesmo estando fisicamente próximos, partilhando o mesmo tecto e desfrutando de uma ligação familiar comum, nada de verdadeiro ou profundo os une.
Dir-se-ia, que se parecem com um exemplo vivo de relações de afecto epidémicas, diga-se,
de superfície e fragilidade.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Equivalente ansiolítico

Nos dias que correm tem-se facilmente tudo e de preferência, "aqui e já", sem que exista sequer uma elaboração psíquica do desejo, da espera e posteriormente da presença.
Tem-se por ter, para mostrar e exibir aos outros;
tem-se para rapidamente se deitar fora porque, apesar de tudo,
não chegou para satisfazer.

domingo, 2 de junho de 2013

Lifesaving

Demasiado obcecados com os padrões de vida - habitualmente exigentes - com a perspectiva economicista e o que ela implica de tensão sobre temas como o dinheiro, a carreira e o desempenho, escasseia tempo de viver a vida.
Numa voracidade permanente, são muitos os que parecem demasiado preenchidos, submersos em ritmos velozes, sem tempo algum que sintam como disponível para Estar e Ser.
Especialmente penalizados com este registo ficam os filhos, que certamente passam mal sem o mínimo de disponibilidade que lhes permita serem olhados, ouvidos, atendidos... como objectos secundarizados pela ganância de caminhos barricados na solidão a que, a custos muito elevados,
ainda sobrevivem,
mas não raramente adoecem.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Em dia mundial da Terra

Os dias mundiais de uma qualquer coisa sempre me fizeram alguma espécie. Porquê comemorar-se algo apenas num só dia e não, manter uma extensão aos restantes!? Dia da mãe, do pai, dos avós, da criança, da árvore, da poesia, and so on...
Contudo, cada uma das datas precisas tem um significado de uma qualquer coisa exercida/realizada num passado (próximo ou recente) e por aí, o sentido tem já um significante.
Talvez na ausência dos dias marcados em calendário, quer sejam eles mensais, anuais ou mundiais, não se sentisse tanto o impacto do significado que acarretam.
Estranha por vezes, esta sensação de que funcionamos por lembretes, recados mnésicos,
fichas que ligam e desligam conforma o carregamento da bateria.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Anamnese dos dias

Há sempre uma gota que pode pesar mais.
há sempre a que pode ser a última,
aquela que faz tudo transbordar.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Never ending story

Há dias que parecem noite.
Há noites que parecem dias intermináveis.

terça-feira, 26 de março de 2013

SILÊNCIO.
A palavra que acaba quando se diz.

domingo, 24 de março de 2013

...

Há palavras, poucas, simples,
que quando ditas ou escritas fazem toda a diferença.

domingo, 3 de março de 2013

(In)temporal

Não há tempo.
Para fugir do tempo.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

(In)digestão

Um dia inteiro, por vezes, resume-se a uma só palavra,
a um sabor mais ou menos amargo.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Preto no branco

Quando mortas,
as palavras já não valem a pena,
porque substituíram tudo.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Breathe

domingo, 3 de fevereiro de 2013

(In)satisfação de fundo

"As Pessoas têm medo da vida delas.
Têm medo de desencadear vida nelas."

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Modernidade Líquida

Já dizia Bauman, que "as relações humanas são marcadas pela fluidez e pela incerteza".
Os vínculos são ditados por uma espécie de jogo onde o jogador deve conquistar admiradores mas sempre com o cuidado de manter uma distância que não permita criar qualquer laço sólido.
O que muitos não se apercebem, é que a pobreza afectiva mata.
Ou pelo menos, deixa uma dor insuportável de já não se ser,
ainda sendo.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Atestados (a)sindromáticos

Bondade a mais pode revelar-se inútil;
pode mesmo soar a uma certa dose de submissão e inclusive de estupidez.
Bondade a mais não é reconhecida no manual de quem não a pratica.
Bondade a mais pode tornar-se,
a "morte do artista".

domingo, 27 de janeiro de 2013

Fábulas do antigamente

Ao contrário das personagens presentes nos contos falantes,
a vida de muitas crianças e adolescentes de hoje não têm história nem palavras que a descrevam,
nem tão pouco, silêncios de (re)construção.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Dis-grafia

Como pode uma criança aprender a ler(-se),
se regularmente, ninguém a lê!?

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Certeza incerta

Há coisas que até podemos aceitar mesmo sem as compreender,
outras há,
que até podemos compreender
sem ter necessariamente que as aceitar.

domingo, 20 de janeiro de 2013

??

Que horas serão, por dentro da pele?

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Sabedoria? ou aprendizagem?

Há quem diga frases sábias - decoradas - o que não significa que saibam sequer o seu significado.
Outros há que também as dizem...com a diferença de que para esses, parece que a vida já não lhes tem segredos.
E a esses, raros, a esses tiro-lhes o chapéu.