sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Sensibilidade

Acredito nas crianças;
Acredito em alguns adultos, mas desses acredito nos que acreditam nas crianças;
Acredito no gostar, nas formas de que ele se veste e escreve, escondido num sorriso pendente num ramo de árvore;
Acredito na verdade, embora hajam muitas verdades e nunca saibamos qual delas é de quem, ou até mesmo para que serve;
Acredito na música timbrada, nos momentos de silêncio, nos nossos segredos quando parece que o mundo fica sem se mexer à nossa volta;
Acredito no abraço, numa mão quando procura a outra, terna, quente, no toque que mais ninguém sente;
Acredito nos olhos, no que dizem, porque falam de coisas que por vezes a alma não fala - pois não sabe, não aprende ou simplesmente porque ainda não foram inventadas todas as palavras que dizem o que sentimos;
Acredito na vida, que tal como as estações, é por vezes inesperada, ora precoce ora tardia;
Acredito que nenhum sofrimento é sem destino e que tudo quanto é mais difícil agora, terá uma qualquer recompensa amanhã;
Acredito que muitas vezes deixamos de acreditar, para não conseguirmos evitar dizer é mentira;
Acredito que é possível voltar a acreditar,
enquanto baterem na porta da nossa sensibilidade.