Está um espelho encostado ao tronco de uma árvore, mesmo aqui na rua.
Os cães olham-se e exaltam-se, rosnam, pensando que é um outro a desafiar-lhes o espaço mas o espelho não responde.
A imagem do cão faz os mesmos gestos de ataque, mudos gestos de ataque.
Parecem ficar cada vez mais zangados ao serem, todos eles, ignorados pelo cão-de-espelho.
E é de cá de cima,
da janela onde me encontro, que me pergunto:
Haverá coisa mais acutilante do que ser-se ignorado no auge da raiva?
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
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