segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Adulterar as vontades

Entre o dizer e o fazer vai uma grande distância.

Na meninice ouve-se vezes sem conta: Não faças isso!!
Na velhice ouve-se vezes sem conta: Já não me lembro como se faz isso...
Nas crianças uma birra surge quase sempre com o sentimento de "não se poder fazer"...
Nos velhos, sim, nos velhos - a palavra existe para ser dita e é lindíssima - um momento de tristeza surge quase sempre com o sentimento de "já não vou a tempo de...já não é suposto fazer..."

No meio de tantas imposições e limiares de auto-gestão de controlo, os poucos que sobrarem e que se permitam ao "dizer-fazer", correm sério risco de serem intitulados de "loucos"...
Creio então ter a sorte de me "encaixar" na meia-fasquia da idade e até mesmo no "titulo"- onde:
- já se pode fazer;
- e ainda vou a tempo de o fazer!

Afinal, talvez a frase do adulto que diz: "não faças isso", não seja tão somente uma ordem de autoridade mas sim, aquela "pequena inveja" de quem reconhece melhor do que ninguém a expressão facial da criança, onde se lê:
Uppss... fiz asneira mas soube tão bem!...

(ainda bem, que não me esqueci de ser criança)

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