Um café está sempre à espera.
As palavras demoram-se e conversam sobre a mesa, usando o espaço do ar para tocar na fala dos Outros, contribuindo para o cruzamento de silabas,
palavras hermafroditas.
O burburinho fala uma língua própria - somente inteligível pelo empregado de mesa.
Vejo-o pela correria da sala num jogo de decifração, ouvindo na mesa da frente a resposta à pergunta lançada na mesa anterior,
descodificando murmúrios,
traços de inconfidências.
O jogo quebra-se com o pedido da conta,
onde as moedas sob o recibo,
compram o seu silêncio.
domingo, 30 de outubro de 2011
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