Hoje ouvi, de uma Pessoa de que Gosto e sim, que Admiro
uma grande verdade:
"Não precisamos de ninguém e precisamos de toda a gente"
Obrigada,
por me relembrares a força que "temos" tido,
e o difícil que (me) é, "aceitar", que há dias em que efectivamente (também) preciso dos Outros para...
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
domingo, 30 de outubro de 2011
...ainda nas primeiras horas da manhã (II)
Um café está sempre à espera.
As palavras demoram-se e conversam sobre a mesa, usando o espaço do ar para tocar na fala dos Outros, contribuindo para o cruzamento de silabas,
palavras hermafroditas.
O burburinho fala uma língua própria - somente inteligível pelo empregado de mesa.
Vejo-o pela correria da sala num jogo de decifração, ouvindo na mesa da frente a resposta à pergunta lançada na mesa anterior,
descodificando murmúrios,
traços de inconfidências.
O jogo quebra-se com o pedido da conta,
onde as moedas sob o recibo,
compram o seu silêncio.
As palavras demoram-se e conversam sobre a mesa, usando o espaço do ar para tocar na fala dos Outros, contribuindo para o cruzamento de silabas,
palavras hermafroditas.
O burburinho fala uma língua própria - somente inteligível pelo empregado de mesa.
Vejo-o pela correria da sala num jogo de decifração, ouvindo na mesa da frente a resposta à pergunta lançada na mesa anterior,
descodificando murmúrios,
traços de inconfidências.
O jogo quebra-se com o pedido da conta,
onde as moedas sob o recibo,
compram o seu silêncio.
sábado, 29 de outubro de 2011
Palavras cruzadas
Vidas que se cruzam.
Olhares dispersos, submersos algures.
Há uma "qualquer coisa" na cidade que se espelha no olhar que por vezes se diz verde,
o cieiro que atravessa os lábios,
o sorriso... o meu,
que dificilmente encontro nos Outros.
Olhares dispersos, submersos algures.
Há uma "qualquer coisa" na cidade que se espelha no olhar que por vezes se diz verde,
o cieiro que atravessa os lábios,
o sorriso... o meu,
que dificilmente encontro nos Outros.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Teatro
Os Artistas Unidos inauguraram na quarta-feira o novo espaço da companhia, no Teatro da Politécnica, com a peça "Não se Brinca Com o Amor", de Alfred Musset, e com uma mostra de escultura de Ângelo de Sousa.
O "On ne badine pas avec l'amour'", que Jorge Silva Melo, diretor da companhia e encenador da peça, estreia a casa nova depois de ter passado pelos palcos de Viseu, Almada, Coimbra e Guimarães.
A inauguração do Teatro da Politécnica, junto ao Jardim Botânico, marca o regresso dos Artistas Unidos a um espaço próprio, nove anos depois de terem sido obrigados a abandonar A Capital, no Bairro Alto, e de terem trabalhado provisoriamente no Teatro Taborda e no antigo Convento das Mónicas.
Apareçam! Vale a pena, por tudo.
até pela cor...!
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
domingo, 23 de outubro de 2011
(Re)lembrar
Palavras...
just words.
Minhas.
Pensamentos soltos. Meus.
Nem tão pouco têm que fazer um sentido a Alguém, porque quando escrevo não há uma intenção de...
Tudo sai.
Outras coisas ficam.
Essas, as que ficam, nem sempre traduzem o que quero dizer.
Por vezes significam, tão somente,
o que não quero lembrar.
just words.
Minhas.
Pensamentos soltos. Meus.
Nem tão pouco têm que fazer um sentido a Alguém, porque quando escrevo não há uma intenção de...
Tudo sai.
Outras coisas ficam.
Essas, as que ficam, nem sempre traduzem o que quero dizer.
Por vezes significam, tão somente,
o que não quero lembrar.
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Um gesto por fazer
Os dias por vezes não são...
não se parecem...
nem pretendem vir a ser...
são apenas um esboço, uma imagem,
um gesto,
por fazer.
não se parecem...
nem pretendem vir a ser...
são apenas um esboço, uma imagem,
um gesto,
por fazer.
domingo, 16 de outubro de 2011
Av. Almirante Reis
...noite, ontem à noite.
Corpos encostados à parede.
Que outros olhos viram estes olhos a olhá-los?
Passo por eles, não me vêem.
Partilham uma garrafa de vinho embrulhada em papel de jornal, um pente, uma beata já sumida;
partilham a montra do café, apagada, que lhes serve de espelho.
Passo por eles, não me vêem.
...que outros olhos viram estes olhos?
ontem.
à noite.
Corpos encostados à parede.
Que outros olhos viram estes olhos a olhá-los?
Passo por eles, não me vêem.
Partilham uma garrafa de vinho embrulhada em papel de jornal, um pente, uma beata já sumida;
partilham a montra do café, apagada, que lhes serve de espelho.
Passo por eles, não me vêem.
...que outros olhos viram estes olhos?
ontem.
à noite.
sábado, 15 de outubro de 2011
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Cão espelho
Está um espelho encostado ao tronco de uma árvore, mesmo aqui na rua.
Os cães olham-se e exaltam-se, rosnam, pensando que é um outro a desafiar-lhes o espaço mas o espelho não responde.
A imagem do cão faz os mesmos gestos de ataque, mudos gestos de ataque.
Parecem ficar cada vez mais zangados ao serem, todos eles, ignorados pelo cão-de-espelho.
E é de cá de cima,
da janela onde me encontro, que me pergunto:
Haverá coisa mais acutilante do que ser-se ignorado no auge da raiva?
Os cães olham-se e exaltam-se, rosnam, pensando que é um outro a desafiar-lhes o espaço mas o espelho não responde.
A imagem do cão faz os mesmos gestos de ataque, mudos gestos de ataque.
Parecem ficar cada vez mais zangados ao serem, todos eles, ignorados pelo cão-de-espelho.
E é de cá de cima,
da janela onde me encontro, que me pergunto:
Haverá coisa mais acutilante do que ser-se ignorado no auge da raiva?
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Ter. Ou não ter.
Para se manter algo ao "perto" que não se quer ao "longe",
convém não partir do pressuposto que já a temos.
convém não partir do pressuposto que já a temos.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Ao (Des)engano
Quando me engano (palavras, factos, agir...)
rio-me de mim.
É assim que me aceito sem esforço e sem artifícios,
como tu.
rio-me de mim.
É assim que me aceito sem esforço e sem artifícios,
como tu.
domingo, 9 de outubro de 2011
(Intim)idade das palavras
Chamei pelo nome e o mesmo precipitou uma série de palavras dando lugar ao lugar nenhum, como se tivessem estado ali à espera, dispostas a fluir e a ser história, ávidas como cal viva.
E foi intimo...
demasiado íntimo o abraço entre a palavra e o silêncio.
O querer criou pontes para outros dias, encheu-se de rostos em súbitas janelas e ruas descalças.
E olhei...
com a memória intacta de coordenadas precisas, no preciso ponto, aquele ponto,
onde deixo de saber como,
como fazer tudo o resto.
E foi intimo...
demasiado íntimo o abraço entre a palavra e o silêncio.
O querer criou pontes para outros dias, encheu-se de rostos em súbitas janelas e ruas descalças.
E olhei...
com a memória intacta de coordenadas precisas, no preciso ponto, aquele ponto,
onde deixo de saber como,
como fazer tudo o resto.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
O lado quente da espera
Um café está sempre à espera...
sentar numa mesa de canto preenchendo o olhar.
Ao lado, uma mesa vazia.
Cadeiras desencontradas, uma garrafa despida, um prato branco de migalhas perdidas, guardanapos consumidos.
Tentar adivinhar quem poderia ter estado ali;
o tempo que terá deixado;
o definir o rosto pelo rótulo do que bebeu;
atribuir-lhe uma idade, uma identidade, um perfil...
e perceber ainda, quanto existe de infrutífero neste jogo.
Qualquer um poderia ter-se sentado aqui.
sentar numa mesa de canto preenchendo o olhar.
Ao lado, uma mesa vazia.
Cadeiras desencontradas, uma garrafa despida, um prato branco de migalhas perdidas, guardanapos consumidos.
Tentar adivinhar quem poderia ter estado ali;
o tempo que terá deixado;
o definir o rosto pelo rótulo do que bebeu;
atribuir-lhe uma idade, uma identidade, um perfil...
e perceber ainda, quanto existe de infrutífero neste jogo.
Qualquer um poderia ter-se sentado aqui.
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Adulterar as vontades
Entre o dizer e o fazer vai uma grande distância.
Na meninice ouve-se vezes sem conta: Não faças isso!!
Na velhice ouve-se vezes sem conta: Já não me lembro como se faz isso...
Nas crianças uma birra surge quase sempre com o sentimento de "não se poder fazer"...
Nos velhos, sim, nos velhos - a palavra existe para ser dita e é lindíssima - um momento de tristeza surge quase sempre com o sentimento de "já não vou a tempo de...já não é suposto fazer..."
No meio de tantas imposições e limiares de auto-gestão de controlo, os poucos que sobrarem e que se permitam ao "dizer-fazer", correm sério risco de serem intitulados de "loucos"...
Creio então ter a sorte de me "encaixar" na meia-fasquia da idade e até mesmo no "titulo"- onde:
- já se pode fazer;
- e ainda vou a tempo de o fazer!
Afinal, talvez a frase do adulto que diz: "não faças isso", não seja tão somente uma ordem de autoridade mas sim, aquela "pequena inveja" de quem reconhece melhor do que ninguém a expressão facial da criança, onde se lê:
Uppss... fiz asneira mas soube tão bem!...
(ainda bem, que não me esqueci de ser criança)
Na meninice ouve-se vezes sem conta: Não faças isso!!
Na velhice ouve-se vezes sem conta: Já não me lembro como se faz isso...
Nas crianças uma birra surge quase sempre com o sentimento de "não se poder fazer"...
Nos velhos, sim, nos velhos - a palavra existe para ser dita e é lindíssima - um momento de tristeza surge quase sempre com o sentimento de "já não vou a tempo de...já não é suposto fazer..."
No meio de tantas imposições e limiares de auto-gestão de controlo, os poucos que sobrarem e que se permitam ao "dizer-fazer", correm sério risco de serem intitulados de "loucos"...
Creio então ter a sorte de me "encaixar" na meia-fasquia da idade e até mesmo no "titulo"- onde:
- já se pode fazer;
- e ainda vou a tempo de o fazer!
Afinal, talvez a frase do adulto que diz: "não faças isso", não seja tão somente uma ordem de autoridade mas sim, aquela "pequena inveja" de quem reconhece melhor do que ninguém a expressão facial da criança, onde se lê:
Uppss... fiz asneira mas soube tão bem!...
(ainda bem, que não me esqueci de ser criança)
domingo, 2 de outubro de 2011
Reciclagem
Ontem olhei a noite, os gestos, as Pessoas...
as conversas que nas esquinas me soavam recicladas,
e no caminho que me levava a casa não me saía da ideia:
- compromissos - é favor colocar no caixote azul;
- afectos - colocar no caixote verde;
- Pessoas - caixote amarelo.
as conversas que nas esquinas me soavam recicladas,
e no caminho que me levava a casa não me saía da ideia:
- compromissos - é favor colocar no caixote azul;
- afectos - colocar no caixote verde;
- Pessoas - caixote amarelo.
sábado, 1 de outubro de 2011
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