sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Aquilo que invade os Homens

As Pessoas estão preparadas para os dias mas nem sempre para o que os dias carregam...
O silêncio está sempre, para quem o ouve;
o sol nem sempre aparece, espera a sua vez sem obrigação de "tirar a senha";
a rotina é antecipada mas suspensa, atreita aos imprevistos;
nos objectos distinguimos os gestos que a partir de um momento poderão alterar a sua ordem;
o tempo existe na distância entre os objectos suspensos...
e nós assistimos à espera dos dias sem corda de suspensão.

O silêncio sabia. O sol sabia.
A rotina sabia que não há uma rotina.
Os objectos sabiam. O tempo sabia.
Nós sabíamos.
Os Outros não sabiam.

As ruas ficam desertas quando o que invade os Homens se aproxima.
Esquece-se tudo em que se pensava e o lugar das ideias que se tinha fica vazio de tudo - menos "daquele instante" que nos prende a algo ou alguém.
Um instante divide-se num outro instante para voltar sempre ao mesmo ponto:
o instante em que as Pessoas se olham.
Em silêncio.
(que nem sempre está preparado para.)

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