...as silhuetas levam nas pálpebras as manhãs; as mãos de fogo, a luz na respiração, a culpa concentrada no fôlego dos amantes.
Os pêndulos fecham-se.
Era Novembro sobre o mel e em cada palavra havia uma cicatriz varada na fala.
Já lateja o pulso dormente... e às voltas na mão e no corpo a luz desfez-se...
desfez-se nos dedos, na boca, na língua no pescoço, na cara deitada contra as manhãs do mundo.
A mulher despede-se do beijo e arqueia o corpo sobre o corpo.
A mão de água assinala o centro do silêncio, entrelaça as mãos e o corpo e propõe-se a lascá-lo... por dentro, por fora, dia e noite...
mas mesmo onde era noite havia restos do dia, e era bom para nos vermos e não vermos,
como é próprio, da beleza
como é próprio, da ansiedade venenosa das palavras.
(em re-adaptação de Pedro Gil-Pedro)
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
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