...a meio da tarde S. foi até à janela e sentiu uma vontade enorme de arejar.
Lá fora adivinhava-se a chuva
mas ela só a iria sentir verdadeiramente quando descesse o parque a pé
e durante a breve rotação que ia da porta do edifício até à Estufa Fria.
"A volta do espairecer", chamava ela a estas fugidas.
Pássaros a saltitar no relvado húmido e crispado,
as copas das árvores rendilhadas de trinados, velhos a jogarem às cartas em bancos de jardim e turistas de mapa na mão e rolleiflex no pescoço.
Descontraída, ela seguia, Inverno abaixo,
em passo lento e sincopado,
num tailleur cinza-claro com um lenço de seda a adejar-lhe no ombro.
(e vistas daqui, de fora, ao longe,
nem todas as Pessoas são o que parecem).
sexta-feira, 6 de março de 2009
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