Quanto mais observo Pessoas
mais me convenço que,
o poder que exercem sobre os Outros
é fraqueza
disfarçada de força.
domingo, 29 de março de 2009
sábado, 28 de março de 2009
Trabalho de Corpo
Que corpo é esse? Que corpo é este?
Como se relaciona com a gravidade e anti-gravidade?
Com exterior e interior?
Com conteúdo e contentor?
Com inspirar e expirar?
Coisas simples... O que escuto, o que vejo, o que sonho, o que sinto, o que emociona...
A pele será uma fronteira ou um lugar de ligação?
Corpo real, móvel, total, disponível, vivo, relacional, em transformação.
Uma viagem entre o chão e a vertical.
A curiosidade de tudo isto, nada disto,
ou tudo o que resta, para além disto.
Como se relaciona com a gravidade e anti-gravidade?
Com exterior e interior?
Com conteúdo e contentor?
Com inspirar e expirar?
Coisas simples... O que escuto, o que vejo, o que sonho, o que sinto, o que emociona...
A pele será uma fronteira ou um lugar de ligação?
Corpo real, móvel, total, disponível, vivo, relacional, em transformação.
Uma viagem entre o chão e a vertical.
A curiosidade de tudo isto, nada disto,
ou tudo o que resta, para além disto.
sexta-feira, 27 de março de 2009
Simplesmente escrita
A escrita
por vezes,
leva anos a mudar de pele
e quando o faz,
leva outros tantos a pensar como fazê-lo.
por vezes,
leva anos a mudar de pele
e quando o faz,
leva outros tantos a pensar como fazê-lo.
segunda-feira, 23 de março de 2009
domingo, 22 de março de 2009
Exilados afectos
Dentro de si mesma a noite não tem contornos,
serve-se das sombras para recriar exilados afectos.
É no corpo da noite que abro as janelas
de par em par
e caminho pelas horas,
com jogos ilícitos presos à cintura,
um desafio exibido nas ancas,
o vértice das pernas a sobraçar um rio,
subitamente cheio.
serve-se das sombras para recriar exilados afectos.
É no corpo da noite que abro as janelas
de par em par
e caminho pelas horas,
com jogos ilícitos presos à cintura,
um desafio exibido nas ancas,
o vértice das pernas a sobraçar um rio,
subitamente cheio.
sábado, 21 de março de 2009
sexta-feira, 20 de março de 2009
Jazz às 5ªs
Ontem,
Jazz às 5ªs... absolutamente fenomenal!
A música a equlibrar escrita, pauta e improvisação
de modo orgânico.
Jazz às 5ªs... absolutamente fenomenal!
A música a equlibrar escrita, pauta e improvisação
de modo orgânico.
quinta-feira, 19 de março de 2009
domingo, 15 de março de 2009
Pontuação
Lembro-me da altura
em que era capaz de ficar por aí...
a pôr pontos e vírgulas
onde elas coubessem.
em que era capaz de ficar por aí...
a pôr pontos e vírgulas
onde elas coubessem.
sábado, 14 de março de 2009
Do contra, sem contrariar
quinta-feira, 12 de março de 2009
...
O calor desce pelas costas da cidade;
o fim de tarde veste-se para sair à rua;
as mãos aguardam, constantemente insones,
raramente conseguem adormecer.
o fim de tarde veste-se para sair à rua;
as mãos aguardam, constantemente insones,
raramente conseguem adormecer.
segunda-feira, 9 de março de 2009
Full bags
sábado, 7 de março de 2009
Olhar a cidade
Vive-se de esquecimento em esquecimento
e é assim que se apagam os olhares na cidade.
As ruas, apenas vão dar a outras ruas.
As casas, ocupam os dias e as noites esquecem-se ao outro dia.
Soletra-se o Gostar com a letra mais pequena de uma língua acabada de inventar.
Vê-se o silêncio da tarde como um arabesco no chão da casa,
como segundos de um relógio no chão da casa.
Passar ao lado, não passar,
presa ao cimento e ao costume que cimenta os dias.
E inventam-se palavras para não se saber,
e enrolam-se silêncios para não se ouvir.
e é assim que se apagam os olhares na cidade.
As ruas, apenas vão dar a outras ruas.
As casas, ocupam os dias e as noites esquecem-se ao outro dia.
Soletra-se o Gostar com a letra mais pequena de uma língua acabada de inventar.
Vê-se o silêncio da tarde como um arabesco no chão da casa,
como segundos de um relógio no chão da casa.
Passar ao lado, não passar,
presa ao cimento e ao costume que cimenta os dias.
E inventam-se palavras para não se saber,
e enrolam-se silêncios para não se ouvir.
sexta-feira, 6 de março de 2009
Vírgulas na paisagem (3) - Parque Eduardo VII
...a meio da tarde S. foi até à janela e sentiu uma vontade enorme de arejar.
Lá fora adivinhava-se a chuva
mas ela só a iria sentir verdadeiramente quando descesse o parque a pé
e durante a breve rotação que ia da porta do edifício até à Estufa Fria.
"A volta do espairecer", chamava ela a estas fugidas.
Pássaros a saltitar no relvado húmido e crispado,
as copas das árvores rendilhadas de trinados, velhos a jogarem às cartas em bancos de jardim e turistas de mapa na mão e rolleiflex no pescoço.
Descontraída, ela seguia, Inverno abaixo,
em passo lento e sincopado,
num tailleur cinza-claro com um lenço de seda a adejar-lhe no ombro.
(e vistas daqui, de fora, ao longe,
nem todas as Pessoas são o que parecem).
Lá fora adivinhava-se a chuva
mas ela só a iria sentir verdadeiramente quando descesse o parque a pé
e durante a breve rotação que ia da porta do edifício até à Estufa Fria.
"A volta do espairecer", chamava ela a estas fugidas.
Pássaros a saltitar no relvado húmido e crispado,
as copas das árvores rendilhadas de trinados, velhos a jogarem às cartas em bancos de jardim e turistas de mapa na mão e rolleiflex no pescoço.
Descontraída, ela seguia, Inverno abaixo,
em passo lento e sincopado,
num tailleur cinza-claro com um lenço de seda a adejar-lhe no ombro.
(e vistas daqui, de fora, ao longe,
nem todas as Pessoas são o que parecem).
segunda-feira, 2 de março de 2009
domingo, 1 de março de 2009
Marginal
Ao lado do rio faz-se a experiência de nunca estar só.
Caminha-se a favor do vento,
águas correntes e folhas perdidas na margem.
Aqui,
no passo lento de quem não tem certezas
nem afectos,
percorre-se o caminho para a Foz
ou o regresso dela.
A sombra,
a sombra também desliza
e só na distância em que me encontro
se consegue adivinhar o espelho que fixa a luz à terra
ou a chama ao fascínio.
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