...o largo com a barbearia de uma só cadeira, com os marceneiros de meia cancela que nunca se vêem, só se ouvem,
e com o casarão das janelas trancadas, onde à noite se adivinha uma ténue luz a cambalear lá dentro.
Numa manhã de sol envergonhado, como esta, o casarão tem fatalmente um friso de pombas emproadas ao correr do telhado.
Do outro lado, Rua da Madalena a descer.
Avistam-se as cadeiras ortopédicas expostas à porta das lojas, prontas a rolar a qualquer momento pelo plano inclinado, ganharem velocidade e desaparecerem como máquinas loucas, sobrevoando os telhados da cidade.
Ao pôr-do-sol recolhem-se domesticadamente porque são de todas as horas,
a imagem, no caminho de quem passa.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
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