Aquilo que nunca esquecemos,
deixa de nos pertencer e nem notamos.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Guache
...a brisa fresca da manhã
a passar rente aos lábios,
trazendo à face um rubor suave
de guache carmim...
a passar rente aos lábios,
trazendo à face um rubor suave
de guache carmim...
domingo, 22 de fevereiro de 2009
Em passo de caminhada
Há muito tempo que não me dava tempo
para a caminhada da manhã.
Os cheiros assimétricos da manhã pacata
da terra molhada
das folhas tingidas de frio
o cheiro a verde, a sol, a céu
a manhã lavada de roupas estendidas...
Há muito tempo que não me dava tempo
para sentir os cheiros da infância soletrada.
para a caminhada da manhã.
Os cheiros assimétricos da manhã pacata
da terra molhada
das folhas tingidas de frio
o cheiro a verde, a sol, a céu
a manhã lavada de roupas estendidas...
Há muito tempo que não me dava tempo
para sentir os cheiros da infância soletrada.
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Noite coincidente
Hoje foi noite de coincidências.
hoje foi noite de ver as horas passar pelos minutos.
hoje foi noite de sentir os segundos rente ao pulsar dos pulsos.
hoje foi noite...
a noite para tropeçar nas várias esquinas
de ombros deitados
onde deixei as coincidências repousar.
hoje foi noite de ver as horas passar pelos minutos.
hoje foi noite de sentir os segundos rente ao pulsar dos pulsos.
hoje foi noite...
a noite para tropeçar nas várias esquinas
de ombros deitados
onde deixei as coincidências repousar.
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Ao acaso
São tantas,
as vidas emaranhadas umas nas outras;
são tantas,
que por vezes o acaso do dia não permite que se toquem,
apenas que se observem, de longe,
como meros espectadores
voyeristas anónimos que o acaso coleccionou.
Mas são tantos
os segundos
em que o acaso pode acontecer...
as vidas emaranhadas umas nas outras;
são tantas,
que por vezes o acaso do dia não permite que se toquem,
apenas que se observem, de longe,
como meros espectadores
voyeristas anónimos que o acaso coleccionou.
Mas são tantos
os segundos
em que o acaso pode acontecer...
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
The guest
Desatar o silêncio,
ficar a vê-lo entrar na noite
ser música ainda
senti-lo a arder...
dentro da morada de cada um de nós.
ficar a vê-lo entrar na noite
ser música ainda
senti-lo a arder...
dentro da morada de cada um de nós.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
(des)obrigação (?)
O que fica é o que nos foi dado
e o que demos.
sem que nada nos obrigasse a dar
ou a receber.
e o que demos.
sem que nada nos obrigasse a dar
ou a receber.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Cronologia
Aloja-se a cicatriz da espera.
Alheio-me da minha cronologia porque o passado se tornou memória
e caminho tão perto...
tão perto de mim
que avalio a direcção do vento pelos vestígios do meu respirar,
lento ou apressado.
Alheio-me da minha cronologia porque o passado se tornou memória
e caminho tão perto...
tão perto de mim
que avalio a direcção do vento pelos vestígios do meu respirar,
lento ou apressado.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
(Im)paciência
A mão distraída passeia pelo corpo...
um corpo cheio de um estranho cansaço
juvenil e impaciente,
que segreda para quem o ouve:
"estou de rastos e quero mais".
um corpo cheio de um estranho cansaço
juvenil e impaciente,
que segreda para quem o ouve:
"estou de rastos e quero mais".
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Quarto isolado
Hoje, ao lado do Daniel, esperamos pelo momento do transplante de medula.
As palavras zangadas e o choro vindo do medo, adormecem-no.
A mão dada permanece, a esquerda,
enquanto escrevo com a direita sem o perder de vista.
Talvez seja este o único momento em que o medo repousa;
talvez seja este o local onde muita coisa se (re)pensa,
onde se apaga o que não interessa e se valoriza o que faz sentido,
nele. em mim.
Olho-o. Sereno.
Não questiona o que dizem os Outros lá fora, nem lhe interessa.
Vive numa urgência de Viver, mas não o afirma.
Ri-se, quando lhe apetece chorar.
Olho-o. A mão permanece.
Aqui dentro, onde estamos isolados
o calor conforta as dúvidas,
enquanto lá fora, onde estão todos os Outros
a chuva cai densa,
lavando as más línguas.
As palavras zangadas e o choro vindo do medo, adormecem-no.
A mão dada permanece, a esquerda,
enquanto escrevo com a direita sem o perder de vista.
Talvez seja este o único momento em que o medo repousa;
talvez seja este o local onde muita coisa se (re)pensa,
onde se apaga o que não interessa e se valoriza o que faz sentido,
nele. em mim.
Olho-o. Sereno.
Não questiona o que dizem os Outros lá fora, nem lhe interessa.
Vive numa urgência de Viver, mas não o afirma.
Ri-se, quando lhe apetece chorar.
Olho-o. A mão permanece.
Aqui dentro, onde estamos isolados
o calor conforta as dúvidas,
enquanto lá fora, onde estão todos os Outros
a chuva cai densa,
lavando as más línguas.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
(In)certeza 2
Chorar por uma verdade não me preocupa...
mas deambular por uma incerteza
tem dias em que me assusta,
porque me incomoda o hiato
entre a certeza e a dúvida.
mas deambular por uma incerteza
tem dias em que me assusta,
porque me incomoda o hiato
entre a certeza e a dúvida.
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Vírgulas na paisagem (2)
...o Parque Mayer ficava ao voltar da esquina, por baixo de cartazes gigantes de coristas emplumadas.
Teatros, restaurantes, ruelas com latadas...
Uma quase aldeia no centro da cidade, atravessada àquela hora da manhã por pederastas em chinelos, todos demasiado locais e domésticos.
Gatos. Gatos nos muros.
Alguém gritou o nome de um outro alguém,
perguntando por ele num café de coristas velhas e em seguida no bar da Marlene,
que fazia esquina com um terreiro de barracas de tiro.
Nesse mesmo lugar, nas barraquinhas, as prostitutas de balcão esperavam a sua sorte...(?!)
...algumas, cantavam em surdina,
demasiado sérias
olhando o tempo a passar.
Teatros, restaurantes, ruelas com latadas...
Uma quase aldeia no centro da cidade, atravessada àquela hora da manhã por pederastas em chinelos, todos demasiado locais e domésticos.
Gatos. Gatos nos muros.
Alguém gritou o nome de um outro alguém,
perguntando por ele num café de coristas velhas e em seguida no bar da Marlene,
que fazia esquina com um terreiro de barracas de tiro.
Nesse mesmo lugar, nas barraquinhas, as prostitutas de balcão esperavam a sua sorte...(?!)
...algumas, cantavam em surdina,
demasiado sérias
olhando o tempo a passar.
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