...tingir a ponta dos dedos na tinta permanente do corpo,
desejar de olhos fechados
sublinhar determinadas palavras que se confundem ao mel
ouvir atentamente o latejar da terra
sentir o rumor das casas desabitadas
ler apressadamente um jornal ou uma carta esquecida...
escrever um bilhete postal:
"Cheguei bem. Escrevo-te um dia destes."
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
domingo, 30 de janeiro de 2011
Roupagens
Difícil deixarmo-nos levar
por um Alguém que se destapa num dia
para se tapar nos outros seis.
por um Alguém que se destapa num dia
para se tapar nos outros seis.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Memória-pele
A escrita é a minha 1ª morada de silêncio
a 2ª irrompe do corpo
movendo-se por detrás das palavras.
Escrever continuamente...
delineando altíssimas paredes de tudo e de nada.
Esta paixão por partes de objectos,
esta paixão por partes de Pessoas,
esta pele-memória exalando não sei que língua...
A escrita é a minha 1ª morada.
Outros corpos atravessam o silêncio desta morada
mas só na minha memória-pele se escreve,
continuamente.
a 2ª irrompe do corpo
movendo-se por detrás das palavras.
Escrever continuamente...
delineando altíssimas paredes de tudo e de nada.
Esta paixão por partes de objectos,
esta paixão por partes de Pessoas,
esta pele-memória exalando não sei que língua...
A escrita é a minha 1ª morada.
Outros corpos atravessam o silêncio desta morada
mas só na minha memória-pele se escreve,
continuamente.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Pausa
Enquanto eu escrevo e tu lês
e é hoje
e estamos dentro de um quarto fechado, há uma pausa.
Os olhos suspendem-se, afastam-se do livro e a lâmpada desliza
enquanto eu escrevo e tu lês
e é hoje.
Abriram-se as portas do quarto e estamos lá fora,
fora do circulo do tempo, à luz de uma lâmpada que ninguém acendeu ainda;
à luz de cores e arestas que imitam anos vazios de nós,
vozes que um dia terão lábios,
passos que um dia hão-de ser de transeuntes,
numa cidade onde ninguém nos lembra,
enquanto eu escrevo
e tu lês.
e é hoje
e estamos dentro de um quarto fechado, há uma pausa.
Os olhos suspendem-se, afastam-se do livro e a lâmpada desliza
enquanto eu escrevo e tu lês
e é hoje.
Abriram-se as portas do quarto e estamos lá fora,
fora do circulo do tempo, à luz de uma lâmpada que ninguém acendeu ainda;
à luz de cores e arestas que imitam anos vazios de nós,
vozes que um dia terão lábios,
passos que um dia hão-de ser de transeuntes,
numa cidade onde ninguém nos lembra,
enquanto eu escrevo
e tu lês.
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Calendário
Tens os olhos inchados de silêncio
recortados por uma vontade de permanecer assim,
parca
leve
nua
mas respiras ternura
colando hiatos no calendário dos afectos.
recortados por uma vontade de permanecer assim,
parca
leve
nua
mas respiras ternura
colando hiatos no calendário dos afectos.
domingo, 16 de janeiro de 2011
Atracção
A noite traz ao ouvido
o que o dia traz ao pensamento...
Definitivamente,
a noite é a Amante que (a)trai.
o que o dia traz ao pensamento...
Definitivamente,
a noite é a Amante que (a)trai.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
(Quase) Tangência
Há instantes, Pessoas...
que passam rente
mas não o suficiente
para entrar nos meus dias.
que passam rente
mas não o suficiente
para entrar nos meus dias.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Opostos que se atraem
O curioso de quem faz mil coisas
e quem não faz nenhuma,
é que cada um tem o mesmo desejo:
fazer uma só coisa.
e quem não faz nenhuma,
é que cada um tem o mesmo desejo:
fazer uma só coisa.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
(Re)canto
Que vontade de "espreitar" o outro sorriso,
que vontade de saber de que é que é feito...
e que silêncio,
este procurar o braço que aquece e diz,
"sossega".
que vontade de saber de que é que é feito...
e que silêncio,
este procurar o braço que aquece e diz,
"sossega".
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
(Con)textos
Há contextos
em que a expectativa não se prende com a peça
mas sim,
com o que está por detrás
do pano do palco.
em que a expectativa não se prende com a peça
mas sim,
com o que está por detrás
do pano do palco.
domingo, 9 de janeiro de 2011
Palavras leva-as... o tempo
Faz tempo que não vinha até aqui,
ao meu recanto, onde me deixo ficar...
Faz tempo que o tempo voa
quase como se não houvesse tempo para mais nada
ou para quase tudo
mas em simultâneo.
Faz tempo que não te olhava
que não te via
que não escrevia
que não falávamos do que não foi explicado
e que ainda ficou
por dizer.
ao meu recanto, onde me deixo ficar...
Faz tempo que o tempo voa
quase como se não houvesse tempo para mais nada
ou para quase tudo
mas em simultâneo.
Faz tempo que não te olhava
que não te via
que não escrevia
que não falávamos do que não foi explicado
e que ainda ficou
por dizer.
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