sábado, 28 de novembro de 2009
Diz-se
Dizem que já vivem um sem o outro, que vivem vidas antagónicas.
Diz-se que são outros.
Dizem que se passarem um pelo outro na rua, um mudará de eixo por escolha pessoal intransmissível: diz-se que são civilizados.
Dizem que têm outras Pessoas.
Diz-se que moram perto um do outro sem saberem.
Dizem que no outro dia se cruzaram numa qualquer estação de metro, indo um deles com a actual acompanhante.
Diz-se que se olharam nos olhos como se os olhos de um já tivessem sabido a linguagem do outro, mas diz quem viu, que pareciam estranhos.
Dizem que a pele dela já não dava sinais da presença dele, dizem que ele desviou o olhar.
Dizem que ele lhe apresentou a respectiva acompanhante, agora mulher.
Dizem - e pouca gente sabe mas dizem - que ela hesitou em olhar para trás quando se separaram.
E dizem, diz-se,
que ele olhou para trás também, mas sem hesitar.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Hands (on approach)
As mãos...
as mãos onde me escrevo e me descrevo,
onde me deito vezes sem conta...
as mãos onde me escrevo e me descrevo,
onde me deito vezes sem conta...
domingo, 22 de novembro de 2009
Insónia 3
O sono tem peso
e ocupa espaço quando se demora no fechar dos olhos.
O sono desloca-se pelos membros em movimento lento,
tocando em cada tendão ao jeito da pele.
O sono...
o sono cria afinidades mentais para se acomodar nos pensamentos.
O sono, é do mundo o opressor.
e ocupa espaço quando se demora no fechar dos olhos.
O sono desloca-se pelos membros em movimento lento,
tocando em cada tendão ao jeito da pele.
O sono...
o sono cria afinidades mentais para se acomodar nos pensamentos.
O sono, é do mundo o opressor.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
terça-feira, 17 de novembro de 2009
??
Pergunto-me porque perguntam sobre a ausência das minhas palavras.
Estranho isto,
Alguém sentir falta de algo que apenas se lê. Algo virtual que apenas conta/partilha retalhos de estórias ou dias de um outro Alguém - e que nunca se sabe se reais ou mera imaginação.
Pergunto-me como andarão os dias a passar por ti e tu pelos dias?
Pergunto-me tanta coisa
e a quase nada os dias me respondem.
Estranho isto,
Alguém sentir falta de algo que apenas se lê. Algo virtual que apenas conta/partilha retalhos de estórias ou dias de um outro Alguém - e que nunca se sabe se reais ou mera imaginação.
Pergunto-me como andarão os dias a passar por ti e tu pelos dias?
Pergunto-me tanta coisa
e a quase nada os dias me respondem.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Pandemia
Um dos males endémicos dos adolescentes,
é que "morrem de saudades" de tudo por quanto é passível "morrer".
E sem passado,
"morrem de saudades" do futuro.
é que "morrem de saudades" de tudo por quanto é passível "morrer".
E sem passado,
"morrem de saudades" do futuro.
domingo, 15 de novembro de 2009
Para além da escrita
Outono. Novembro.
Mês da saudade com datas formalmente consagradas.
É noite e escrevo.
Dizem por aí, que a escrita é a fixação gráfica do pensamento, da palavra, forma de linguagem silenciosa, arma imbatível da memória contra o esquecimento.
Não exige a presença dos participantes - estabelece a distância entre quem escreve e quem lê.
É noite e escrevo,
como alguém escreveu um dia aquilo que leio.
A noite foi de reencontro com rostos familiares, fotografias, textos antigos, presenças ausentes.
Sinuoso, o pensamento enrosca-se no passado presente da escrita e nas entrelinhas do texto, cresce o desejo de anulação do tempo e da distância, do regresso à memória, ao convívio dos ausentes.
É noite e escrevo.
Talvez seja do nevoeiro que veste a noite - antes isso do que saudade! porque mais fácil de passar.
(...)
É de dia e ainda escrevo.
Afinal,
não era o nevoeiro.
Mês da saudade com datas formalmente consagradas.
É noite e escrevo.
Dizem por aí, que a escrita é a fixação gráfica do pensamento, da palavra, forma de linguagem silenciosa, arma imbatível da memória contra o esquecimento.
Não exige a presença dos participantes - estabelece a distância entre quem escreve e quem lê.
É noite e escrevo,
como alguém escreveu um dia aquilo que leio.
A noite foi de reencontro com rostos familiares, fotografias, textos antigos, presenças ausentes.
Sinuoso, o pensamento enrosca-se no passado presente da escrita e nas entrelinhas do texto, cresce o desejo de anulação do tempo e da distância, do regresso à memória, ao convívio dos ausentes.
É noite e escrevo.
Talvez seja do nevoeiro que veste a noite - antes isso do que saudade! porque mais fácil de passar.
(...)
É de dia e ainda escrevo.
Afinal,
não era o nevoeiro.
domingo, 8 de novembro de 2009
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Conti-gu-idade
Há dias que sabem...
sabem a histórias.
Há manhãs que transcrevem noites
tardes que prolongam manhãs
noites que vestem os dias,
de tons neutros
silêncios mudos
rostos sem nome.
sabem a histórias.
Há manhãs que transcrevem noites
tardes que prolongam manhãs
noites que vestem os dias,
de tons neutros
silêncios mudos
rostos sem nome.
domingo, 1 de novembro de 2009
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