Hoje o dia está particularmente difícil...
apercebo-me de que falo
de que te falo,
criando neste espaço uma presença ausente
que embora dispersa
me fala de nenhures
num espaço algures
dentro de mim mesma.
domingo, 21 de setembro de 2008
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Espaço ilegível
...enquanto as palavras revelam outras que não se querem dizer,
como um envelope esconde uma carta,
revelam-se palavras murmuradas
que nada significam,
porque não quero que ninguém as ouça.
nem mesmo eu.
nem mesmo tu.
como um envelope esconde uma carta,
revelam-se palavras murmuradas
que nada significam,
porque não quero que ninguém as ouça.
nem mesmo eu.
nem mesmo tu.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Por palavras tuas...
Entre as palavras que debitas, sincopadas,
há sempre uma que tropeça
no canto húmido dos teus lábios,
para emprestar humanidade
à rigidez do teu discurso.
há sempre uma que tropeça
no canto húmido dos teus lábios,
para emprestar humanidade
à rigidez do teu discurso.
domingo, 7 de setembro de 2008
Cantos Interiores
Tenho demasiado sono para alimentar crenças.
Das casas vou preferindo os cantos interiores,
obsessivas sombras em que vou julgando.
Vou ficando pela distracção de desejos mansos,
sem guardar réstia de consolo
e anseio a fadiga das viagens que nunca ousei.
...de tanto pensarmos
fomos ficando sós.
Que este cansaço sirva ao menos,
para não culparmos nada nem ninguém.
Das casas vou preferindo os cantos interiores,
obsessivas sombras em que vou julgando.
Vou ficando pela distracção de desejos mansos,
sem guardar réstia de consolo
e anseio a fadiga das viagens que nunca ousei.
...de tanto pensarmos
fomos ficando sós.
Que este cansaço sirva ao menos,
para não culparmos nada nem ninguém.
sábado, 6 de setembro de 2008
Engano
Desfolhei a chuva,
soltei o perfume da terra,
criei palavras e todas me faltam no minuto do sempre.
Dei voz às mãos,
abri os gomos do tempo
e pensei que tudo estava em nós,
nesse doce engano de tudo sermos donos
sem nada termos.
soltei o perfume da terra,
criei palavras e todas me faltam no minuto do sempre.
Dei voz às mãos,
abri os gomos do tempo
e pensei que tudo estava em nós,
nesse doce engano de tudo sermos donos
sem nada termos.
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Antecipação
Espero
para que não tenham que esperar por mim.
Ouço
para que não tenham que ouvir através de mim.
Observo
para que não tenham que descrever os cenários sem mim.
Silencio-me
para que ninguém, algum dia
venha a falar por mim.
para que não tenham que esperar por mim.
Ouço
para que não tenham que ouvir através de mim.
Observo
para que não tenham que descrever os cenários sem mim.
Silencio-me
para que ninguém, algum dia
venha a falar por mim.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Solavancos
Não pretendo que ao Estar
se crie qualquer senão.
deito ao desvario a cinza das horas,
dos enredos, da eventual solidão
e nem creio entender a Vida rectilínea.
só em solavancos
entre o Inverno
o Outono
e o Verão.
se crie qualquer senão.
deito ao desvario a cinza das horas,
dos enredos, da eventual solidão
e nem creio entender a Vida rectilínea.
só em solavancos
entre o Inverno
o Outono
e o Verão.
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Subscrever:
Mensagens (Atom)