quarta-feira, 9 de abril de 2008

Berlinde

Enquanto enrolava memórias, como se fossem novelos de lã espalhados pelo chão, queria rever.
Através da janela embaciada pelo calor interior,
pelas palavras quentes cantadas ao ouvido,
queria ser dona de um tempo que foi meu.
...há vidas que foram nossas mas que já não nos pertencem.
Vidas passadas, eus passados, que gostaríamos de ter ou rever uma vez mais,
que queriamos poder meter no bolso,
como um berlinde da infância
que acabamos de descobrir nas gavetas da casa antiga
e voltamos a fazer rolar pela calçada.

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