Vejo-te, como se pode ver através da chuva oblíqua
e o que vejo são ausências,
tecidas com fios de névoa no pano cerzido dos dedos
tacteando mapas, retocando imagens, abreviando encontros.
Perguntam-me porque falo de tempos, de palavras
e eu respondo como se pode responder ao que não tem nome, ao que não tem voz.
É também oblíquo e grave a escrita dos "poetas" na inquietação dos livros.
Não há chuva que lhes devolva a paz,
nem mesmo bálsamo que lhes devolva o sono...
e ei-los, fugazes e esquivos,
gotas de um temporal sem tempos
tacteando o silêncio das palavras.
(pois também eles se olham, através desta chuva oblíqua)
domingo, 6 de janeiro de 2008
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